Trata-se da denominação conferida ao território palestino composto por uma estreita faixa de terra localizada no oriente médio, entre Egito e Israel. O local é também palco de severos embates militares e civis.
A Faixa de Gaza é um dos territórios de maior efervescência social e política da atualidade, em função de diversas disputas religiosas e políticas. A região é cercada por muralhas nas fronteiras com Israel e Egito, sem reconhecimento internacional de qualquer soberania ou mandante. No entanto, A Autoridade Nacional Palestina reivindica a região como território pertencente aos palestinos. A divisão proposta pela ONU na intitulada Partilha da Palestina, no ano de 1947, determina que a região seja destinada à população árabe residente na Palestina.
O território foi dominado pelo Império Otomano durante séculos, e somente após a Primeira Grande Guerra passou para as mãos do Império Britânico. Após a Segunda Grande Guerra foi criado o território de Israel, e as tensões políticas se tornaram ainda maiores na região da Faixa de Gaza. Os conflitos mais intensos ocorrem 2005, quando o Primeiro Ministro de Israel, Ariel Sharon, ordenou a remoção da presença israelense na região. Após a 1ª Guerra Árabe-Israelense, e o desaparecimento do estado árabe da Palestina, entre 1948 e 1949, o Egito assumiu o controle dessa região.

Mapa da Faixa de Gaza mostrando as áreas urbanas, campos de refugiados e pontos de travessia na fronteira. Imagem: Wikimedia Commons.
A efemeridade dos acordos de paz
Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel ampliou suas fronteiras ocupando os territórios da Cisjordânia (Jordânia), Colinas de Golã (Síria), Península do Sinai e Faixa de Gaza (Egito). O interesse de Israel em anexar Gaza se deveu à ambição do Estado de Israel de dominar uma faixa territorial contínua junto ao Mar Mediterrâneo.
A partir de 1970 foi instituída uma política de estabelecimento de colonos, e um grande número de refugiados palestinianos foi expulso da região. Já no ano de 1979, foram realizados nos EUA os Acordos de Camp David. Com intermediação do então presidente estadunidense Jimmy Carter, foi estabelecido o primeiro acordo de paz entre Egito e Israel.

Cidade de Gaza, após bombardeio de Israel em 2014. Imagem: Wikimedia Commons.
Em 1993, outro presidente dos EUA intermedia um acordo de paz entre palestinos e israelenses. Bill Clinton, durante os Acordos de Oslo, na Noruega, foi o mediador de um diálogo entre o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro ministro de Israel, Yitzhak Rabin. Neste momento, Israel se comprometeu a encerrar a ocupação civil e militar sobre a Faixa de Gaza e na Cisjordânia, reconhecendo assim o controle palestino. Os palestinos então abandonaram a luta armada e se organizaram em torno de uma forma de governo denominada ANP – Autoridade Nacional Palestina.
Porém, em 2007, logo após as eleições parlamentares palestinas, o grupo islâmico Hamas vence as eleições e assume então a região. O grupo tem utilizado Gaza desde a sua fundação em 1987 como um de seus principais centros de organização.
Beligerância e carência social
A situação da população de Gaza ficou cada vez mais crítica e o abastecimento de produtos básicos de saúde e alimentação foi seriamente comprometido. O desemprego ultrapassa os 40% e mais de 20% de seus habitantes vivem em situação de extrema pobreza.

Exemplo das “indústrias de quintal”, largamente espalhadas pela Faixa de Gaza. Imagem: Wikimedia Commons.
Em 2013, o Egito impôs novas restrições na fronteira de Rafah que havia se tornado o principal ponto de entrada e saída de palestinos de Gaza.
Entre julho e agosto de 2014, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram na Faixa de Gaza a Operação Margem Protetora. Sob o pretexto de atacar o grupo Hamas, Israel causou destruição na região. Segundo a ONU, 2131 palestinos foram mortos, sendo 501 crianças e 257 mulheres.